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Como vivemos a COP30 e quais são nossos próximos passos

Nossa jornada pela COP30, o que aprendemos ao longo do caminho e como se fortalece a região

A COP30 foi mais do que um marco climático no coração da Amazônia, foi um processo vivo, movido por encontros, articulações e aprendizados. Chegamos a Belém com a convicção de que soluções climáticas devem surgir dos territórios, das pessoas e de modelos financeiros alinhados aos contextos locais. Voltamos com algo maior: novas conexões, compromissos fortalecidos e a certeza de que existe uma rede pronta para agir coletivamente

Mas a COP não se resume às suas duas semanas de programação. Com atuação contínua em clima, nossa preparação começou meses antes, no dia 26 de março, quando nos reunimos com Alice Amorim, chefe da Assessoria Especial da Assessoria Extraordinária da COP30, para discutir o papel estratégico da rede na primeira COP sediada na Amazônia. Desde então, realizamos webinars, encontros temáticos, grupos de trabalho e articulações que nos levaram a Belém preparados para incidir com consistência.

A transformação começa pelo encontro e pela escuta

Iniciamos nossa agenda ainda nos eventos Pré-COP em São Paulo, que aqueceram os debates para o que viveríamos no Pará. No dia 07 de novembro, realizamos em São Paulo, no escritório Mattos Filho, um encontro em parceria com a Convergence, reunindo membros das duas redes. Em formato de Learning Lab, e aproveitando discussões dos eventos que aconteciam pela cidade, conversamos sobre o papel do Capital Catalítico e do Blended Finance no apoio a soluções voltadas aos desafios climáticos e de biodiversidade.

Em Belém, iniciamos nossa participação no primeiro dia com um painel em parceria com o UNFPA sobre gênero, na Casa Bayer, seguido pela abertura de nossa atuação na Green Zone por meio de um painel realizado com a Climate Ventures, sobre o papel do Sul Global na Inovação Climática. Depois falamos no lançamento oficial da Plataforma Desafio Amazônico, na Casa da Sociobioeconomia. Mantendo nosso compromisso com a promoção de conhecimento, conexão e incidência coletiva, realizamos, após as apresentações, uma série de encontros e diálogos estratégicos com nossa rede.

No dia 12 de novembro, realizamos um encontro reservado e especial: o Encontro de Membros, organizado com o Fundo Vale, que reuniu nossa rede para conversas francas, fortalecimento de relações e celebração do que avançamos coletivamente ao longo do ano. Foi um momento para reforçar laços, identificar novas oportunidades de colaboração e alinhar prioridades estratégicas para o futuro da região.

No dia seguinte, 13 de novembro, realizamos o Dia das Empresas, com o Sistema B, reforçando o papel do setor privado como catalisador de impacto socioambiental. Trocamos experiências com organizações que já incorporam modelos regenerativos em suas operações e discutimos como o investimento de impacto pode acelerar essa transformação. Com mais de 120 pessoas presentes na Ilha do Combu, discutimos sobre Moda, Descarbonização, Saúde e Sistemas Alimentares em um ambiente propício para gerar conversas necessárias.

Seguindo com a força das redes e parcerias, no dia 14 de novembro, organizamos, em parceria com a BMW Foundation Herbert Quandt, a World Climate Foundation e o RegeneraRS, um encontro para celebrar conexões e colaborações que fortalecem nossa atuação coletiva. Foi um espaço de diálogo profundo e inspirador, que aproximou as redes e valorizou tradições e forças do território. A colaboração entre essas instituições reforça nosso compromisso de conectar capital, conhecimento e propósito para enfrentar riscos climáticos e promover uma economia regenerativa.

Na sequência, avançamos para sessões temáticas focadas em financiamento e inovação. No dia 15 de novembro, participamos da palestra "Financing the Future: Innovation for a New Bioeconomy", organizada com o BID Lab, onde debatemos como modelos inovadores de financiamento podem fortalecer cadeias produtivas sustentáveis na Amazônia e apoiar soluções que nascem dos territórios e comunidades tradicionais. O painel reuniu vozes do IDB Lab, Terra Global Capital, Banco Central do Brasil e SP Ventures, que discutiram o que já funciona e os próximos passos para conectar capital a impacto real.

No dia 16 de novembro, dedicamos nossa atenção ao painel "How to Scale Up Indigenous–Investor Collaboration in the Amazon?", sobre o papel dos povos indígenas na construção de uma nova economia para a floresta. A conversa trouxe perspectivas essenciais sobre governança, autonomia, distribuição justa de valor e modelos de parceria que respeitam conhecimento tradicional, território e cultura.

A jornada continuou no Dia da Filantropia, em 17 de novembro, ao lado de parceiros como IDIS, SITAWI, WINGS, GIFE e CAF. O dia foi um marco para consolidar a filantropia como ponte estratégica entre capital, agenda climática e impacto territorial, reforçando seu papel catalítico para destravar riscos e abrir caminhos para soluções ousadas.

Encerramos nossa participação no dia 18 de novembro, no 8º GLF Investment Case Symposium, evento que reuniu milhares de pessoas ao redor do mundo para explorar como inteligência artificial, tecnologias digitais e finanças mistas podem ampliar a transparência e fortalecer a resiliência dos mercados da natureza.

Ainda no dia 18, durante o painel "Uncovering the Missing Link: How Can Finance Be Truly Catalytic in the Amazon?", debatemos o papel sistêmico de mecanismos financeiros que não apenas investem, mas realmente transformam. Falamos sobre blended finance, modelos híbridos, instrumentos flexíveis e estratégias capazes de priorizar impacto de longo prazo, indo além da busca por retornos imediatos.

Essas conversas se conectam a uma agenda mais ampla de construção de economias regenerativas, demonstrando como o ecossistema financeiro pode evoluir de agente de investimento para agente de transformação, especialmente na Amazônia.

Encerramento e convite

Encerramos a COP conscientes de que o caminho iniciado aqui não termina nos corredores do encontro global. Ele segue vivo e se desdobra nos territórios que inspiram todas essas conversas. Por isso, no próximo ano, nossa jornada continua na própria Amazônia e queremos você conosco.

Em 2026, nossa conferência anual acontecerá em Manaus, uma cidade de mais de dois milhões de habitantes que pulsa como ponto de encontro entre floresta e potência urbana. Manaus não é apenas um destino; é um hub geográfico e político que conecta inovação, ciência, comunidades tradicionais, cadeias bioeconômicas e o mundo. Lá, a Amazônia deixa de ser pauta e se torna ambiente, contexto, voz.

Reuniremos líderes locais e internacionais, investidores, organizações, empreendedores, representantes comunitários, academia e setor público para avançar debates essenciais ao ecossistema. Se na COP consolidamos alianças e provocamos reflexões nas mesas globais, nossa conferência será o espaço para aprofundar essas conversas onde elas realmente ganham forma: perto das pessoas e dos territórios que lideram a transição.

Será uma oportunidade de viver a Amazônia em sua realidade conectada: natural, urbana, diversa e estratégica. Conhecer de perto a região e entender, in loco, como conhecimento tradicional, tecnologia, empresas e capital podem trabalhar de forma integrada.

Esperamos você em Manaus para construir, juntos, o próximo capítulo desse movimento.

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